Há uma Nova Sexualidade?, Rolando Karothy, Setembro de 2017

Há uma nova sexualidade?

No século recém-findo Lacan amplia os limites do que Freud chamou de rocha da castração. O interminável da análise doravante estará ligado ao impossível da relação sexual.
No século atual...

...há uma nova sexualidade?

A sexualidade é entendida por Lacan como uma coordenada Real. Um veio de uma caudalosidade comum desemboca em duas possíveis vertentes, duas sexuações, duas distintas modalidades de gozo: masculino e feminino, que não gozam do mesmo modo. No século das identidades, com a explosão de auto-determinações dos chamados gêneros, tais posições se esgotam no imaginário ou tocam o Real que antecede a castração?
...há uma nova sexualidade?
 
As concepções de gênero instauram algo novo? Dizem algo à Psicanálise, podemos pensar que...

...há uma nova sexualidade?

O XXI tem sido o século da coletividade. Lutas por algum tipo de libertação e um impalpável empoderamento são empreendidas no campo político sugerindo que o engajamento dá ao engajado soberania sobre a História, sobre seus enunciados, sobre sua sexualidade. Tais movimentos convidam a Psicanálise a marchar por um mundo supostamente melhor. Dizem que o mundo mudou, mas...

...há uma nova sexualidade?

Em uma geração de pais avessos ao trauma, a quaisquer determinações, a quaisquer limites incluindo aqueles sugeridos pela biologia. Homem e mulher não se nasce, mas se constrói em função do desejo de ser homem e mulher. Ora, há desejo pré-sexual? Há realidade pré-linguística? Que instância é essa anterior ao sexual e que o século XXI entende como nascedoura de masculino e feminino? Isso sugere que...

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A política identitária reconhece atualmente outros 31 tipos de gêneros (que orbitam prefixos como pan, cis, trans, inter, dentre outros) e se cogita ampliar a lista para 56 gêneros possíveis. Alheios a isso, os Psicanalistas trabalham com os conceitos de penisneid, significante fálico e duas posições sexuais possíveis.

Para a clínica...

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Jacques Lacan fala sobre Lewis Carroll, dezembro de 2017

No último dia de 1966, o Rádio France Culture, transmitiu a vibrante homenagem feita por Jacques Lacan a Lewis Carroll e sobre “toda a sorte de verdades” que se encontram em uma obra de arte. Dirá Lacan que “para um psicanalista, esta obra é um lugar escolhido para demonstrar a verdadeira natureza da sublimação na obra de arte. Recuperação de certo objeto” (alinhando Marguerite Duras a Lewis Carroll). A arte precede o psicanalista, isso já nos lembra Freud em seu discurso ao receber o prêmio Goethe e o que agencia a obra de arte é o mesmo que uma análise, a saber, a falta de objeto. A emissão a seguir traz, direto da Radio France Culture, a voz de Jacques Lacan proferindo sua homenagem.